quinta-feira, 9 de junho de 2011

Religiões de Matriz Africana III

Ao contrário daquilo que ouvi na investigação  realizada  em encontro de assessorias e fóruns de educadores, envolvidos com a temática religiosa, que afirmam a inexistência de uma bibliografia sobre religiões africanas no Brasil, desde a década de quarenta que vem se consolidando estudos, pesquisas e ensaios publicados sobre a referida temática. Entre os investigadores das religiões de matriz africana no Brasil, encontra-se o francês Roger Bastide[1], cujo trabalho de pesquisa resgatou a dignidade do conteúdo das religiões afro-brasileiras, que era objeto de pesquisas relacionadas às manifestações de doenças psicossomáticas. Nessa linha, encontram-se as pesquisas desenvolvidas pelo médico legista Nina Rodrigues.
Além de Bastide, outros pesquisadores também contribuíram para afirmar a dignidade das religiões de matriz africana no Brasil[2]. No entanto, as pesquisas sobre as religiões de matriz africana, produzidas nos campos de conhecimento da Antropologia, da Sociologia e da Teologia continuam desconhecidas para a maioria dos/as educadores do nosso país. É isso que posso deduzir diante da afirmação sobre a ausência de pesquisas e publicações.

2- Os/as educadores/as e a intolerância religiosa na escola

Em diferentes encontros com educadores/as do ensino fundamental e médio, das redes públicas e privadas, depois de informar sobre a existência de um vasto material bibliográfico, a respeito dessa temática, produzido nos últimos vinte anos, escutei de alguns/mas educadores/as indagações sobre qual seria a importância de tratar desses conteúdos em sala da aula, onde a maioria dos/as alunos/as é de tradição religiosa judaico-cristã. Diante desse tipo de indagação, sempre evitei uma resposta imediata, devolvia a


[1] Em 1938 Bastide já ministrava aulas de Sociologia  na Universidade de São Paulo. Durante dezesseis anos esteve realizando pesquisas no Brasil.

[2] ORTIZ, R. , 1978;  VERGER, P. F., 1985; REHBEIN,  F. C., 1985;  SANTOS, J. E., 1986; PRANDI, R., 1991; FERRETTI, S. F., 1995; BRAGA, J., 1995; RIBEIRO, R.I., 1996 e PRANDI, R., 2001. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário