Ao contrário daquilo que ouvi na investigação realizada em encontro de assessorias e fóruns de educadores, envolvidos com a temática religiosa, que afirmam a inexistência de uma bibliografia sobre religiões africanas no Brasil, desde a década de quarenta que vem se consolidando estudos, pesquisas e ensaios publicados sobre a referida temática. Entre os investigadores das religiões de matriz africana no Brasil, encontra-se o francês Roger Bastide[1], cujo trabalho de pesquisa resgatou a dignidade do conteúdo das religiões afro-brasileiras, que era objeto de pesquisas relacionadas às manifestações de doenças psicossomáticas. Nessa linha, encontram-se as pesquisas desenvolvidas pelo médico legista Nina Rodrigues.
Além de Bastide, outros pesquisadores também contribuíram para afirmar a dignidade das religiões de matriz africana no Brasil[2]. No entanto, as pesquisas sobre as religiões de matriz africana, produzidas nos campos de conhecimento da Antropologia, da Sociologia e da Teologia continuam desconhecidas para a maioria dos/as educadores do nosso país. É isso que posso deduzir diante da afirmação sobre a ausência de pesquisas e publicações.
2- Os/as educadores/as e a intolerância religiosa na escola
[1] Em 1938 Bastide já ministrava aulas de Sociologia na Universidade de São Paulo. Durante dezesseis anos esteve realizando pesquisas no Brasil.
[2] ORTIZ, R. , 1978; VERGER, P. F., 1985; REHBEIN, F. C., 1985; SANTOS, J. E., 1986; PRANDI, R., 1991; FERRETTI, S. F., 1995; BRAGA, J., 1995; RIBEIRO, R.I., 1996 e PRANDI, R., 2001.
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